JULIANA DUARTE NEVES
Somos, enfim, vários sentidos além da visão. Somos emoção. E é por isso que tanto me fascina a arte de projetar para todos os sentidos. Escolha um ambiente em que a iluminação, os sons e a atmosfera sejam agradáveis, acomode-se bem e me acompanhe nesta visita à dimensão mais sensível da arquitetura.
Juliana Duarte Neves,
Codetic
LIVRO: ARQUITETURA SENSORIAL
Lançado originalmente em 2017, o livro Arquitetura sensorial – A arte de projetar para todos os sentidos, de Juliana Duarte Neves, ganha segunda edição em 2024, revista e ampliada. Nesses seis anos houve inúmeros avanços nos estudos da arquitetura sensorial e muitas iniciativas de projetos focados em envolver emocionalmente o visitante, utilizando-se os princípios da arquitetura sensorial, que acabou se tornando porta de entrada para novos campos de pesquisa. Esta segunda edição traz um refinamento da metodologia projetual proposta no livro original e exemplos atuais que tornam a sua compreensão e aplicabilidade mais claras. E o capítulo inédito “Desdobramentos da arquitetura sensorial” apresenta dois exemplos de campos de estudo mais recentes.
"Esta nova edição amplia os horizontes com a inclusão de duas contribuições fundamentais para a solidificação do campo de estudos da arquitetura sensorial no Brasil: as excelentes reflexões feitas por Lorí Crízel no texto ‘O entrelaçar da arquitetura sensorial com a neuroarquitetura: uma exploração sinestésica’; e o aporte personalíssimo de Ana Paula Chacur, arquiteta, pesquisadora e mãe de duas crianças autistas – enriquece o conteúdo com seu ponto de vista único sobre ‘Transtorno do espectro autista e arquitetura sensorial'”, aponta Juliana. É crucial que a arquitetura colabore para que os indivíduos que têm Transtorno do Espectro Autista (TEA) se sintam seguros e equilibrados.
Autora: Juliana Duarte Neves ISBN: 978-85-86367-60-7 Dimensões: 16 x 23 cm Páginas: 260 Preço: R$89,00
VÍDEO SOBRE ARQUITETURA SENSORIAL
Descrição/Legenda sobre o vídeo da Juliana falando sobre arquitetura sensorial
COMENTÁRIO DE VERA DAMAZIO
Nossa conexão emocional é mais intensa com espaços que nos abrigam habitualmente, eventualmente ou raramente? Com espaços para conversar, meditar, se divertir, aprender, dançar ou comer? Com espaços que nos conectam com nós mesmos, com o outro ou com o que nos transcende? Com espaços práticos e funcionais ou mágicos e envolventes?
A resposta é: todas as alternativas citadas. Estabelecemos conexões emocionais com o que reflete nossas singularidades, ressalta nossas qualidades e fortalece nossa identidade em todas as suas dimensões. Estabelecemos conexões emocionais com o que fortalece nossos vínculos conosco, com a sociedade e com o universo; com o que nos faz sentir necessários, importantes, únicos e parte de um todo; e com o que promove vivências de toda natureza.
O que nos conecta emocionalmente com o meio construído é, acima de tudo, a qualidade das experiências por ele promovidas. É por isso que tempos de criança têm gosto de mingau e textura de pijama de flanela. As férias na fazenda têm o som do canto matinal do galo e o frescor da brisa na varanda. O primeiro beijo no banco da praça fica com sabor de flores de jasmim.
O passeio na beira da praia tem cheiro de maresia e gosto de sorvete. E é assim que a experiência de ler Arquitetura sensorial: a arte de projetar para todos os sentidos, da vibrante e colorida Juliana Neves, vai ganhar as formas, os sons, os aromas, as texturas, cores e sabores do espaço no qual quem agora nos lê estiver.
COMENTÁRIO DE ANA PAULA CHACUR
Apesar dos inúmeros desafios, é fundamental destacar que, desde a década de 2000, arquitetos, designers e pesquisadores das mais variadas áreas têm se dedicado, com base na neurociência e em outros campos de estudo mencionados anteriormente, a compreender e desenvolver espaços inclusivos pensados para indivíduos autistas.
A própria Juliana, quando insere em seu objeto de estudo – a arquitetura sensorial – espaço para reflexões sobre TEA, reflete essa tendência no presente. E o futuro parece promissor, com mais profissionais interessados em desenvolver espaços adequados e inclusivos, garantindo acessibilidade sensorial às pessoas autistas no Brasil e no mundo.
COMENTÁRIO DE LORÍ CRÍZEL
A arquitetura sensorial é uma abordagem que valoriza a experiência humana através da multissensorialidade de um espaço.
Desde os primórdios da civilização, a arquitetura tem sido uma maneira de expressar arte, status e funcionalidade. No entanto, foi somente nas últimas décadas que a importância de engajar todos os nossos sentidos – não apenas a visão – foi realmente reconhecida e formalmente integrada na prática arquitetônica como um campo de estudo.
Ambas as disciplinas têm em comum a centralidade da experiência humana nos espaços construídos. Elas reconhecem que a arquitetura vai além da estética e da funcionalidade: é sobre como os espaços nos fazem sentir e como eles influenciam nosso comportamento e bem-estar.
Compreender e aplicar as descobertas da neuroarquitetura e da arquitetura sensorial é, portanto, fundamental para criar ambientes que não apenas atendam às necessidades físicas, mas também enriqueçam vidas, emocional e psicologicamente.